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Desvendando a Mente Humana: Linguagem, Crenças e Autocuidado

  • Foto do escritor: Guilherme Affonso
    Guilherme Affonso
  • 16 de ago. de 2023
  • 3 min de leitura

Atualizado: 19 de fev. de 2024


A sombra de um homem sob o céu estrelado
Foto de Greg Rakozy

Não há consenso sobre o que se entende por mente, existem diversas correntes de pensamento na psicologia, filosofia e neurociência que vão nos fornecer respostas diferentes baseadas em pressupostos variados.


Para nós, psicólogos que atuam com teorias de base comportamental como a ACT (terapia de aceitação e compromisso), a mente é linguagem e caso isso não explique muita coisa de primeira, não se preocupe, de fato não é tão simples.


Para começar, acredito que possamos dizer que tudo se inicia há 70 mil anos atrás, nesse período, segundo o historiador Yuval Harari em seu livro "Sapiens", ocorre a revolução cognitiva que é o momento em que nosso cérebro atinge um grau de desenvolvimento tão grande que passamos a conseguir criar e transmitir informações, além de consumir, armazenar e assimilar grande quantidade de conteúdo.

Isso quer dizer que foi a partir da revolução cognitiva que começamos a desenvolver linguagem mais complexa e transmissão de conhecimento massiva entre gerações, principalmente por meio de histórias, mas, provavelmente, também foi a partir daqui que começamos a desenvolver uma consciência mais ampla de quem somos, quem são os outros e o que é o mundo.


O estudo da linguagem é um campo enorme e também há várias teorias, mas existem alguns pontos de consenso, um deles é que a linguagem é um conjunto de símbolos e representações que podemos fazer uso de maneira pública quando conversamos, escrevemos, cantamos uma música ou fazemos um desenho e de maneira privada quando planejamos, analisamos, nos preocupamos, fantasiamos e assim por diante.


Entender isso é fundamental, pois assim como podemos produzir uma série de representações públicas, através da linguagem, que não necessariamente expressam a realidade perfeitamente, isso também é feito de forma privada, em nossa mente, o tempo todo.


Aprendemos a desconfiar de histórias que as pessoas contam, já sabemos que fotos de revista provavelmente tenham sido editadas, que as lindas fotos da viagem das férias de alguém podem ter por trás uma fatura de cartão de crédito tão cheia que praticamente seja impossível de pagar e que quase todos mentem para se proteger ou obter alguma vantagem, olha essa abundância de exemplos, simplesmente mantemos uma certa postura cética como maneira de nos proteger e não ficar caindo em qualquer golpe, enganação ou mentira por aí.


Percebe o quanto somos treinados para lidar de maneira muito atenta e com uma postura cética no campo da linguagem pública? Muitos poderiam chamar isso de maturidade, outros de malícia, mas no fundo tem relação com o treino que tivemos para reconhecer a linguagem pública como uma ferramenta riquíssima, mas que também pode nos causar problemas caso não tomemos cuidado.


Resta então nos perguntarmos o porque somos tão imaturos e negligentes com a linguagem privada, isso mesmo, acabamos não dedicando nenhum treino especifico para aprender a ter uma certa postura cética quanto ao conteúdo dos nossos pensamentos, fazemos previsões catastróficas, nos preocupamos excessivamente com situações que nunca chegarão a ver a luz do dia e julgamos, meus amigos, como julgamos, apontamos os dedos para tudo e todos, inclusive para nós mesmos.


Por falta de conhecimento e treino acabamos nos tornando vítimas de nossas próprias mentes, ficamos entrelaçados no emaranhado de pensamentos que nossa mente produz e isso restringe nossa capacidade de fazer escolhas livres, estamos sempre enxergando o mundo através de filtros que nos fazem ter uma relação distorcida com o mundo, os outros, mas especialmente, com nós mesmos.


Imagine como poderia ser benéfico se tivéssemos uma relação com nossa mente e suas produções assim como temos com o mundo externo e suas muitas produções simbólicas, caso fossemos mais céticos e capazes de nos relacionar com os pensamentos de forma distanciada, poderíamos enfim não sermos vitimas de tantos golpes e armadilhas que nossa mente nos prega.


Por isso a busca de autocuidado e autoconhecimento através da leitura, estudo, psicoterapia e tantas outras opções é essencial para alcançar maior qualidade de vida.


Caso queira se aprofundar mais sobre o assunto dê uma conferida em nosso episódio "Armadilha da Mente: Como Evitar a Fusão Cognitiva e Encontrar Clareza".


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